- Histórias Não Contadas – Capítulo 1 – Reunião com o Hokage – KakaSaku
- Histórias Não Contadas – Capítulo 2 – Lingerie Azul Celeste
- Histórias Não Contadas – Capítulo 3 – Um Jantar entre Lembranças
- Histórias Não Contadas – Capítulo 4 – Olhos Vermelhos
- Histórias Não Contadas – Capítulo 5 – Só ele me conhece assim
- Histórias Não Contadas – Capítulo 6 – E quem pensa em mim?!
- Histórias Não Contadas – Capítulo 7 – Sombras do Passado (KakaSaku)
- Histórias Não Contadas – Capítulo 8 – Entre Sombras e Promessas (KakaSaku)
- Histórias Não Contadas – Capítulo 9 – Sombras de Lealdade
- Histórias Não Contadas – Capítulo 10 – Laços e Sombras (SasuSaku)
- Histórias Não Contadas – Capítulo 11 – Sombras do Desejo (KakaSaku-SasuSaku)
- Histórias Não Contadas – Capítulo 12: Verdades e Culpa
- Histórias Não Contadas – Capítulo 13: Máscaras de Culpa
- Histórias Não Contadas – Capítulo 14: Sombras do Medo
- Histórias Não Contadas – Capítulo 15: Verdades Incompletas
- Histórias Não Contadas – Capítulo 16: Cicatrizes do Passado
- Histórias Não Contadas – Capítulo 17: Palavras que Cortam
- Histórias Não Contadas – Capítulo 18: Verdades Amargas
Sakura estava sentada no sofá, o celular ainda na mão, a tela iluminada com a última mensagem de Kakashi: “Sakura, o que aconteceu? Fiz algo errado? Estou preocupado com você.” Cada palavra parecia um peso, uma âncora puxando-a para o fundo de um mar de confusão. A conversa com Sasuke ainda ecoava em sua mente – o choro dele, a culpa, o beijo que selara um perdão que ela não sabia se sentia de verdade. E agora, a mensagem de Kakashi trazia de volta o outro lado de sua vida, o amor que a consumia tanto quanto a culpa. Ela respirou fundo, os dedos trêmulos enquanto digitava: “Posso te ligar?”
A resposta veio rápido, quase instantânea: “Claro. Estou no escritório.” Sakura hesitou, o coração disparado, o tique-taque do relógio na parede amplificando o silêncio da casa. Ela discou, cada toque na tela um passo em direção a uma verdade que temia enfrentar. Quando Kakashi atendeu, sua voz era suave, mas carregada de preocupação. — Sakura? Tá tudo bem? — perguntou, o tom baixo, como se temesse a resposta.
Ela engoliu em seco, o nó na garganta apertando.
— Não, Kakashi… não tá tudo bem. — Ela fez uma pausa, os olhos marejando enquanto se recostava no sofá, a textura áspera do tecido sob suas mãos ancorando-a. — Eu… eu preciso te contar o que aconteceu hoje. Tudo. — Ela respirou fundo, tentando ordenar os pensamentos. — Falei com Karin mais cedo. Ela confessou… sobre o caso dela com Sasuke. E quando cheguei em casa, Sasuke me contou tudo também. Ele… ele tava destruído, Kakashi. Chorando, pedindo desculpas, com medo de me perder, de perder a Sarada. Ele disse que ama a gente, mas que também sente algo por ela. Que tá confuso, culpado.
Kakashi ficou em silêncio do outro lado da linha, o som de sua respiração o único indício de que ainda estava lá. Ele se recostou na cadeira do escritório, a luz fraca da luminária lançando sombras em sua máscara. A revelação o pegou desprevenido, uma onda de choque misturada à culpa que já carregava. Por anos, ele amara Sakura em segredo, cada encontro furtivo uma facada na confiança que Sasuke depositava nele como sensei, como amigo. Ele fechou os olhos, tentando processar. — Eu… não sabia disso — murmurou, a voz rouca. — Quer dizer, eu sabia que Sasuke tinha seus demônios, mas… Karin? Por tanto tempo? — Ele fez uma pausa, o coração apertado. — Como você tá lidando com isso, Sakura?
Ela riu, um som amargo, quase desesperado. — Como eu tô lidando? Eu não sei, Kakashi. — Ela passou a mão pelos cabelos, os fios cor-de-rosa caindo sobre os olhos. — Quando ele me contou, eu… eu quis terminar tudo. Pensei que essa traição era a brecha que eu precisava pra acabar com esse casamento. Pra finalmente… sei lá, ser livre. Mas aí olhei pra ele, chorando, humilhado, e me senti uma hipócrita. — Ela fez uma pausa, as lágrimas escorrendo agora, pingando no colo. — Porque eu também traí o Sasuke. Com você. Por anos. E eu não sinto a mesma culpa que ele. Não sinto… como se eu tivesse feito algo errado. E isso tá me consumindo.
Kakashi engoliu em seco, o peso das palavras dela o atingindo como um soco. Ele queria dizer algo, confortá-la, mas a culpa o silenciava. — Sakura… — começou, hesitante. — Por que você quer manter esse casamento? — Ele fez a pergunta com cuidado, cada palavra escolhida com precisão. — Você ama o Sasuke? Ou… é só porque você se acostumou com essa vida? Com a família, com a ideia de quem vocês são juntos?
Sakura ficou em silêncio, o coração disparado. Ela olhou ao redor, a sala familiar agora um lembrete de tudo que construíra com Sasuke – o desenho de Sarada na parede, o sofá onde fizeram amor, a vida que criaram. — Eu amo o que a gente teve — disse finalmente, a voz tremendo. — Amo a família que construímos, a Sarada, o que ela significa pra ele, pra mim. Mas… eu também te amo, Kakashi. — As palavras saíram como um peso liberado, mas também como uma corrente nova. — E é isso que tá me matando. Eu não quero magoar o Sasuke. Ele já perdeu tanto… a família dele, o clã, quase tudo. Se ele perdesse a gente agora, eu não sei o que ele faria. Não sei se ele voltaria pras trevas, se faria alguma loucura. E eu… eu não sei se conseguiria conviver com essa culpa.
Kakashi fechou os olhos, a voz dela ecoando em sua mente. Ele sentia o mesmo – o amor por ela, a culpa por trair Sasuke, o medo de destruir tudo. — E se as coisas fossem diferentes? — perguntou, a voz baixa, quase um sussurro. — Se não tivesse Sarada, o clã, essa vida que vocês construíram… o que você faria?
Sakura hesitou, as lágrimas caindo mais rápido agora. Ela olhou em volta pensativa, a respiração pesada. Ela conseguia ver o rosto de Kakashi ali com ela, os olhos que a entendiam tão bem. — Eu escolheria você — admitiu, a voz quebrada, mas firme. — Eu e Sasuke… a gente nunca foi compatível de verdade. Éramos como peças tentando se encaixar, forçando, moldando uma à outra. Mas eu e você… — Ela riu suavemente, um som cheio de saudade e dor. — A gente simplesmente se encaixa. Não precisa de esforço, de luta. Só… acontece. Mas agora é tarde demais. Eu e Sasuke construímos uma vida, e eu não sei como sair disso sem causar um estrago irremediável.
Flashback: Noite nas Termas de Konoha
Meses atrás, sob o céu estrelado de Konoha, Sakura e Kakashi estavam nas Termas, o vapor subindo em espirais, o aroma de pinho e água quente envolvendo-os. Eles estavam sozinhos, o silêncio quebrado apenas pelo som suave da água caindo. Kakashi puxara Sakura para si, os lábios roçando sua nuca, a máscara abaixada revelando um sorriso raro, cheio de ternura. — Sakura… — murmurara, a voz rouca, enquanto suas mãos deslizavam por sua cintura, os dedos traçando a curva de sua pele com uma reverência que a fazia estremecer. Ela se virou, os olhos verdes encontrando os dele, e sorriu, um sorriso que dizia mais do que palavras jamais poderiam. Eles se beijaram, lento, profundo, cada toque uma promessa silenciosa. Sentados na borda da piscina termal, os pés na água, eles riram sobre memórias antigas – missões do Time 7, as brigas de Naruto e Sasuke, a forma como a vida os unira de novo. Naquela noite, o mundo parecia perfeito, como se nada pudesse tocá-los.
Fim do Flashback
Kakashi abriu os olhos no escritório, o coração apertado com a memória. A voz de Sakura trouxe-o de volta. — Kakashi… você tá aí? — perguntou, a voz incerta, como se temesse tê-lo perdido.
— Tô aqui — respondeu, a voz suave, mas carregada de emoção. — Só… pensando em nós. Em tudo que você disse. — Ele fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas. — Sakura, eu te amo. Sempre amei. Mas eu também sei o que o Sasuke significa pra você, o que a Sarada significa. E eu… eu nunca quis ser o motivo de destruir isso. — Ele engoliu em seco, a culpa o sufocando. — Mas ouvir você dizer que me escolheria… isso me dá esperança. E me mata ao mesmo tempo. Porque eu não sei se consigo te deixar ir.
Sakura soluçou baixinho, as palavras dele ecoando sua própria confusão. — Eu também não sei, Kakashi. Não sei o que fazer. — Ela estava prestes a dizer mais, quando um som a interrompeu – o ranger da madeira na varanda, um som seco, como um passo hesitante. O coração dela disparou, o pânico subindo pela garganta. — Espera — sussurrou, a voz trêmula. — Acho que ouvi alguém.
Ela correu até a porta, o celular ainda na mão, e abriu-a com força. A varanda estava vazia, mas, à distância, ela viu uma figura saltando por um telhado, a capa escura esvoaçante contra o céu do entardecer. Sasuke. O pânico a consumiu. — Ele ouviu — murmurou, a voz quase inaudível. — Kakashi, acho que o Sasuke ouviu.
Do outro lado da linha, Kakashi ficou tenso, a mão apertando o celular. — Sakura, se acalma — disse, tentando manter a voz firme. — Se ele vier aqui, eu converso com ele. Não vou deixar isso explodir. — Ele fez uma pausa, o coração disparado. — Vai atrás dele. Me liga quando souber onde ele tá.
Sakura assentiu, mesmo que ele não pudesse ver. — Tá bom. Eu… eu te ligo. — Ela desligou, o coração disparado, e correu para a porta, pegando o casaco e saindo em direção aos telhados, o medo a impulsionando.
Epílogo
Minutos antes, Sasuke havia chegado em casa, o peso da conversa com Karin ainda o sufocando. O término, as lágrimas dela – tudo girava em sua mente como um redemoinho. Ele parou na varanda, a chave na mão, pronto para abrir a porta, quando ouviu a voz de Sakura, abafada, mas clara, vinda da sala. — Eu escolheria você — dizia ela, cada palavra como uma lâmina em seu peito. — Eu e Sasuke nunca fomos compatíveis de verdade. Éramos como peças tentando se encaixar, forçando, moldando uma à outra. Mas eu e você… a gente simplesmente se encaixa.
Sasuke congelou, a mão na maçaneta, o coração disparado. As palavras dela o devastaram, mas também acenderam algo dentro dele – uma verdade que ele sempre evitara. Por anos, ele sentira um vazio ao lado de Sakura, uma frieza que nem mesmo o amor deles conseguia preencher. Quando Sarada nasceu, aquele vazio diminuíra, a filha deles trazendo um propósito que ele nunca tivera. Mas agora, ouvir Sakura dizer que nunca foram compatíveis, que amava outro, que se encaixava com outra pessoa, era mais do que ele podia suportar. A traição de Karin, que ele próprio causara, parecia pequena diante disso.
Ele recuou, o rosto pálido, e saltou para os telhados, a mente um turbilhão. Ele precisava pensar, precisava de alguém que pudesse orientá-lo. Ino, a melhor amiga de Sakura, talvez soubesse de algo, mas ele sabia que ela protegeria Sakura a qualquer custo. Kakashi, por outro lado, sempre fora neutro, um sensei que guiara ele e Sakura nos piores momentos. Se Sakura tinha alguém, Kakashi poderia desconfiar quem era. Com a decisão tomada, Sasuke correu pelos telhados, o vento frio cortando sua pele, em direção ao Palácio do Hokage, determinado a encontrar respostas, sem saber que estava indo ao encontro do homem que partilhava o segredo de Sakura.
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