- O Fim e o Começo
- A Jornada Começa
- A Caçada da Lua Sangrenta

8 anos se passaram após o nascimento de Percy e o banho na água do Estige. Os rumores sobre o novo filho se espalharam consideravelmente rápido, todos queriam saber sobre a criança nova que com poucas semanas de vida matou 4 escorpiões das profundezas ainda no berço.
Tais atos chamaram a atenção até mesmo das outras 12 casas, ter um membro com um potencial tão assustador, era preocupante para qualquer um que queria subir ao poder. Nesse tempo Percy sofreu algumas tentativas de assassinato, mas para o azar daqueles que desejavam sua queda, ele sempre conseguia dar um jeito de se dar bem, embora para não chamar atenção sempre garantiu de fazer parecer que seus feitos eram pura sorte.
Logo pela manhã, Percy caminha despreocupadamente pelos enorme corredor, indo em direção a sua primeira aula de combate do dia. Não conseguia fingir que estava incrivelmente animado, enquanto passava por serviçais que se curvavam perante ele sempre que o viam, seus olhos verde-mar mais uma vez analisavam a arquitetura do castelo de seu pai.
Os enormes corredores esculpidos em um coral azul profundo, com veios de cristal que brilham suavemente, iluminando o ambiente. As paredes parecem pulsar como se estivessem vivas, com um brilho iridescente que se assemelha à luz refletida na superfície do oceano. O teto é arqueado, adornado com mosaicos de cenas marítimas e batalhas épicas entre guerreiros e monstros marinhos.
Você parece mais empolgado que o de costume. Leviatã surge curioso notando a animação do garoto.
— Só um pouco. Eu realmente gosto de ter aulas de combate. — Percy responde risonho, logo ele é surpreendido ao ouvir o som de uma corneta de concha ecoando pelo reino.
Percy sabia exatamente o que era aquilo, afinal ouviu aquele som muitas vezes em sua antiga vida. O alarme para a volta dos bravos guerreiros que retornavam do campo de batalha, quando o som era soado uma vez, era sinal de retorno e duas vezes para afirmar que tiveram êxito em sua missão.
Ao escutar a segunda vez teve certeza que a missão foi bem sucedida, não sabia todos os detalhes, mas seu pai aparentemente havia ordenado que seus soldados fossem até as terras de uma Família Menor e roubassem seu território, afinal nenhuma pequena família teria tanto direito quanto as 13 grandes.
Adentrando o Reino pelos grandes portões marítimos, ele pode ver os Guardas das Marés, os grandiosos e lendários soldados de Poseidon, são a personificação da força, imprevisibilidade e majestade do oceano. Eles vestem armaduras feitas de coral vivo, que pulsa com energia mágica e se ajusta perfeitamente ao corpo, exibindo tonalidades de azul, verde e prata, com detalhes em dourado que simbolizam o favor divino. Sob a armadura, utilizam trajes de escamas místicas que repelem ataques e permitem respirar dentro e fora da água. Seus elmos, ornamentados com cristas que lembram ondas ou máscaras de criaturas marinhas, conferem-lhes uma presença intimidadora.
Eles empunham tridentes sagrados, forjados em um metal que parece líquido, gravados com runas brilhantes que permitem invocar rajadas de água e prender inimigos em redemoinhos. Alguns preferem lanças de maré, que se estendem como correntes líquidas, ou escudos feitos de conchas gigantes, reforçados com magia para refletir ataques.
— Pelo jeito meu pai conseguiu o que queria. — Percy se recosta sobre a janela olhando para a rua lá embaixo.
Os Guardas das Marés recebem regalias e parabenizações por sua missão, homens comemoravam, mulheres jogavam beijos e até mesmo se jogavam sobre eles para terem sua atenção. Mas, a cena logo atrás não era nenhum pouco acolhedora e tão feliz.
Guiados pelos soldados, estavam os moradores das terras que foram invadidas, presos por grossas algemas de aço e conectados por uma única corrente, eram puxados enquanto andavam de cabeça baixa sem olhar para aqueles que comemoravam.
Entre eles, uma pequena garotinha que parecia estar na mesma faixa de idade de Percy, possuía um longo cabelo negro brilhante preso por uma única trança e pele morena. Por mais que suas roupas estivessem esfarrapadas e destruídas, ainda conseguia passar um ar de realeza, uma beleza que não pode ser vista sempre.
— Hmmm… Será que… — Ele pensa por uma pequena faixa de poucos segundos, abrindo um sorriso logo em seguida. — Entendi.
O que foi?
— Nada. Tenho que ir para o treino. — Percy o responde e começa a correr pelo corredor, indo em direção até a área de seu treino.
Entendo. Então, divirta-se.
— Pode apostar que vou.
Perseu perambula pelas grandes ruas da cidade, usando um caminho pouco convencional, afinal correr pelos telhados das casas não era algo realmente consciente e aconselhável de se fazer, mas queria poder dar mais uma olhada em seu reino, após os conflitos se tornarem mais intensos entre as famílias, perderia toda aquela visão, então queria poder guardar bem na memória.
O Reino Netuno é um vasto domínio submerso, mas não confinado às profundezas do oceano. Ele se estende para a costa, com penhascos irregulares e praias de areia prateada banhadas por águas cristalinas. O céu sobre o reino parece eternamente em transição, refletindo as emoções do deus: às vezes azul sereno, às vezes tempestuoso e carregado de raios.
Cidades menores ao longo da costa são protegidas por muralhas feitas de corais gigantes e adornadas com esculturas de criaturas marinhas. A vida marinha é uma constante presença; baleias, golfinhos e outros animais nadam livremente pelos canais que cortam a terra.
Independente do quão incrível fosse a cidade, o mais lindo e imponente era o enorme castelo localizado bem ao centro da cidade, conhecido como Fortaleza das Marés Eternas, é uma estrutura colossal erguida de corais negros e cristais azulados, que brilham como safiras sob a luz do sol ou sob a bioluminescência das águas. Ele parece ter sido moldado pelas próprias mãos do mar, com torres que espiralam como ondas e paredes que ondulam levemente, como se estivessem vivas.
A entrada principal é um arco gigantesco de pérolas e conchas gigantes, guardado por estátuas de cavalos-marinhos e serpentes aquáticas. Correntes mágicas de água fluem incessantemente pelas escadas e salões do castelo, criando sons suaves que lembram o oceano.
— Uau! — Ele abre um enorme sorriso de felicidade, se realmente tinha a chance de manter tudo aquilo, com certeza iria cumprir a missão para qual foi escolhido.
Se lembrando do que planejava fazer, ele sai correndo novamente, para o campo de treino, onde seu treinador e meio irmãos já deviam o estar esperando.
Poucos minutos se passaram e logo ele conseguiu atravessar os portões marítimos e foi até o lado de fora onde se encontrava o campo de treino, conhecido como o Abismo das Ondas.
É um local deslumbrante e repleto de energia, situado à beira do oceano, onde as águas parecem dançar ao ritmo de uma força ancestral. O espaço é vasto, delimitado por formações de coral gigante que brilham com tons suaves de azul e verde, enquanto correntes de água flutuam no ar como se obedecessem a um comando invisível.
— Incrível. — Percy puxa bem o ar, sentindo a maresia acertando seu rosto, era reconfortante e agradável mesmo durante o treino estar tão perto do oceano, se sentia fortificado e pronto para tudo.
Andando mais apressadamente, ele entra no Abismo das Ondas, revendo pela primeira vez o local nessa sua nova vida. No centro do campo, há uma enorme arena circular, com o chão feito de um material mágico que alterna entre areia, rocha e água, adaptando-se aos diferentes tipos de treino. Ao redor, plataformas suspensas por pilares de coral servem como arquibancadas, onde guerreiros experientes observam e avaliam os treinamentos.
Perto da arena, está a Forja das Ondas, onde os filhos de Poseidon forjam e aprimoram armas com a ajuda de artífices do reino. Ao lado, a Caverna do Saber, um espaço místico onde runas aquáticas brilham nas paredes e onde os guerreiros aprendem sobre táticas de batalha e habilidades mágicas. Além de ainda ter As Piscinas de Combate, o Labirinto das Marés, o Campo das Ondas e as Cascatas do Conhecimento, tudo preparado e construído para construir os melhores guerreiros possíveis.
— Perseu Jackson! Decidiu se unir a nós? — A atenção do rapaz é chamada, ao ver alguns de seus irmãos e irmãs formando uma fila bem próxima a aquele que série seu professor.
Um homem de meia-idade, com cabelos castanhos ralos, sobrancelhas espessas, olhos castanhos intensos e uma barba desgrenhada que cresce mais no inverno. Sua metade inferior é a de um garanhão branco, com o pelo muito bem cuidado e até mesmo brilhante, usa uma armadura semelhante aquelas vistas nos Guardas das Marés, apenas na parte superior de seu corpo.
— Me desculpe Sr. Quiron, acabei me atrasando um pouco enquanto via o retorno triunfal dos Guardas. — Percy se aproxima dos outros irmãos, notando alguns olhares direcionados a ele.
— Um príncipe deveria sempre chegar no horário, a realeza exige cordialidade e compromisso. — A voz se origina dentre os irmãos de Percy, que soltam algumas risadinhas após as palavras proferidas.
— Bom… Talvez eu não seja um príncipe mega mimado, que segue tantas regras bobas. — Ele responde andando em frente aos outros e indo até o seu lugar.
— A propósito Quiron. O que Percy está fazendo aqui? Se me lembro bem, os treinos para os príncipes só são permitidos a partir dos 12 anos. — O mais velho entre os irmãos se pronuncia dando alguns passos a frente.
Um rapaz alto com uma musculatura esculpida, coberta por escamas que brilham em tons de azul profundo e verde-esmeralda, como se refletissem a luz das profundezas do oceano. Seus cabelos são longos e fluem como ondas, com tons que variam entre o branco espumoso e o azul celeste. Seus olhos brilham como faróis, com um intenso tom de azul glacial, carregando um olhar que intimida e inspira respeito. Ele tem guelras sutis na lateral do pescoço, simbolizando sua conexão íntima com o oceano.
Triton, é o filho mais velho da casa de Poseidon, o único filho legítimo feito com a Rainha Anfitrite e aquele destinado a herdar o trono no dia que seu pai acabar falecendo.
Ele veste uma túnica longa feita de seda marinha, que parece ondular como a superfície do mar sob a luz do sol. A túnica é azul-escura com bordados de prata que formam padrões de ondas, sobre ela, ele usa um manto real feito de um tecido translúcido que parece ser formado por gotas de água em constante movimento. O manto é preso nos ombros por broches de coral dourado esculpido em forma de conchas. Na cintura, um cinturão de ouro do mar, com uma fivela adornada com uma gema azul cintilante que parece conter uma gota do próprio oceano. Esse cinturão segura um saiote curto feito de camadas de tecido leve e esvoaçante, que variam entre o branco e o azul-claro, semelhante à espuma das ondas.
— Triton, por favor. Vá até o seu lugar. — Quíron tenta o repreender, o que é ignorado pelo príncipe que anda em direção ao professor.
— Eu estou lhe fazendo uma pergunta Quíron. Por que Percy está aqui? — Triton volta a perguntar ao homem, o olhando fixamente.
— Nosso pai disse para que eu viesse até aqui começar minhas aulas. — Percy se pronuncia colocando a frente do irmão que o olha com desdém.
— Como é? Não conte uma mentira dessas, nenhum filho vem para cá, antes da idade já decidida por nosso pai.
— Bem, até onde sei, você foi uma dessas excessões não é? Afinal você começou seu treino aos 10. — O mais novo retruca, abrindo um grande sorriso como se desafiasse o irmão.
Triton com toda certeza foi um dos mais afetados com essa “ascensão” de Percy, em sua primeira vida, o mais velho sempre foi o mais impressionante de todos os filhos de Poseidon, possuía um grau de combate acima de todos, por muitas vezes treinando com os mais novos apenas para humilha-los e mostrar o quanto era superior, principalmente sobre a visão de seu pai.
Ter Percy ali 2 anos mais cedo do que ele conseguiu, era mais uma afronta a seu orgulho de Príncipe Herdeiro.
— Você por acaso perdeu a noção agora, Perseu? Acha que pode falar assim com seu irmão mais velho? — Triton o olha com raiva, uma veia salta em sua têmpora e seus punhos são cerrados como uma confirmação de seu ódio.
— Apenas estou aqui porque me foi ordenado, meu querido irmão. Se tem algo a dizer sobre isso, deveria falar com nosso pai, não tentar começar uma discussão com Quíron.
— Você é muito petulante seu pirralho. — O príncipe dá alguns passos na direção de Percy, que se posiciona se preparando para revidar a qualquer ataque dele.
Antes de ter um movimento a mais, uma lâmina afiada de bronze reluzente é colocada a frente de Triton, parando seu avanço. Quíron se coloca ao lado do mais velho, como se ordenasse que ele se afastasse.
— Muito bem, já chega disso. Triton retorne ao seu lugar, você também Perseu. — O professor ordena a ambos que o escutam sem reclamar ou retrucar suas palavras. — Como foi dito pelo próprio Percy. Poseidon deu permissão a ele para que participasse mais cedo das aulas de combate, além de que no final do mês, ele enfrentará ao lado de vocês “A Caçada da Lua Sangrenta”.
Todos ali se assustam com as palavras de Quíron, com alguns dos irmãos um pouco mais velhos que Percy, perguntando se aquilo não era arriscado demais para o irmão mais novo.
— Você deve estar ficando louco. Vai colocar o Percy para fazer esse desafio brutal? Estão colocando fé demais nesse moleque idiota, ele será morto e despedaçado em segundos. — Triton ergue sua voz para o professor.
— Não posso fazer nada em relação a isso, Triton. É o que seu pai deseja.
— Isso é loucura. Percy não pode enfrentar algo desse jeito, muitos de nós não estamos preparados, quanto mais ele.
— Eu entendo a apreensão, mas como já lhes disse, não há o que ser feito nessa situação. O único que pode mudar de opinião, é o lorde Poseidon.
O medo e preocupação de todos ali não era para menos, A Caçada da Lua Sangrenta era um dos eventos mais brutais que alguém poderia enfrentar, jovens na faixa dos 12 anos são colocados para enfrentarem diferentes bestas em uma floresta por 3 dias seguidos, ao final deles aqueles que tiverem matado mais monstros ganharia o direito de pedir algo de presente para Poseidon.
— Vamos começar então. Hoje, vamos focar na esgrima de vocês. — Quíron aponta para um enorme suporte de madeira, onde possuía dezenas de espadas prontas para o treino.
— Cada um pegue uma e vamos começar com os duelos individuais.
Todos se dirigem até o suporte, pegando uma espada diferente da outra, assim que Percy se aproxima ele olha com atenção para todas as lâminas, passando a mão por todas lentamente, parando em uma. Ele a segura firmemente, vendo o perfeito acabamento de couro do cabo, com a lâmina curvada semelhante a uma folha.
Essa não é perfeita, correto?
— Não. Nenhuma delas vai ser boa o suficiente. — Percy reclama com a criatura, segurando aquela espada com certa dificuldade pela falta de balanceamento da lâmina.
Ele se dirige até onde estão seus irmãos e fica ao lado deles. As disputas individuais começam com golpes entre eles sendo trocados rapidamente, o brandir do metal poderia ser escutado a dezenas metros dali.
Após uma sequência de algumas batalhas, finalmente chega a vez de Percy e para ter uma dor de cabeça duradoura, teria que enfrentar justamente o mais velho. Triton se coloca a frente de todos, claramente determinado a mostrar que Percy não era tão bom quanto todos pelo castelo o faziam parecer.
— Lembre-se, isso é apenas um treino. Acaba quando um for desarmado ou imobilizado, não precisam machucar um ao outro. — Quíron avisa para ambos que logo se posicionam.
Percy ergue a espada na altura do rosto, a mantendo na horizontal, ele tenta compensar a falta de equilíbrio da lâmina, mantendo parte dela sobre seu braço compensando o peso extra.
Triton gira a lâmina com seu punho, com um sorriso divertido e desafiador para o mais novo, ele avança na direção de Percy, que se move rapidamente, se jogando no chão e dando uma cambalhota para se afastar do irmão, Triton gira seu corpo, dando um golpe com a lâmina na vertical que é bloqueada pela de Percy, que acerta um chute na barriga dele.
— Grrr!! — Triton rosna de pura raiva, ao conseguir concertar seu equilíbrio.
O irmão mais velho avança na direção de Percy, empunhando a espada com pura raiva, sendo transmitida para todos ali presentes, o que faz Quíron dar alguns passos a frente, planejando impedir o rapaz. Mas, para a surpresa de todos, Percy espera o irmão chegar bem próximo e quando vai desferir o golpe de espada contra ele, o mais novo usa um avanço rápido com a lâmina atacando o punho dela e a arrancando da mão de Triton com grande facilidade, a espada gira no ar e Percy a pega rapidamente se virando para o mais velho.
— Triton está incapacitado de combater, Percy venceu. — Quíron anuncia para os outros irmãos que olham impressionados para Percy.
O irmão mais velho da família está tão furioso que seu rosto de tom verde parece ter passado para um vermelho vivo, com os olhos faiscando de raiva ao encarar Perseu.
— Foi uma boa luta. — Percy ri abaixando ambas as espadas e erguendo sua mão para segurar a de Triton.Antes que alguém possa fazer algo, Triton acerta um chute no peito de Percy, o afastando e roubando a lâmina que escapa de sua mão. Ele avança em direção ao mais novo, dando um golpe rápido e preciso que acaba acertando o chão por Percy saltar para longe do fio da lâmina.
— Vocês dois parem com isso agora. — Quíron anuncia indo até os dois irmãos.
Mas, antes que ele consiga se aproximar, uma parede de água sólida como concreto surge a sua frente. Percy olha para o irmão e vê seus olhos brilhando fortemente, um sinal que ele tem uma ligação muito pura com a água, conseguindo até mesmo controla-la livremente.
Seu irmão realmente nasceu com muita sorte. O oceano até mesmo decidiu que ele deveria possuir poderes sobre o mar. Leviatã se pronuncia na mente de Percy que se coloca de pé montando guarda enquanto encara Triton.
— É. Todos os filhos de Poseidon têm um certo domínio sobre os mares, mas o Triton sempre foi o irmão diferente. Não é atoa que sempre foi destinado ao trono. — Percy responde e bloqueia um golpe de espada do mais velho.
Mesmo que nunca vá admitir isso em voz alta, sempre guardou certo ressentimento contra o irmão. Em sua antiga vida, por ser o mais velho sempre abusou de seu poder e influência no castelo para fazer o que quisesse. Chegou ao ponto de usar alguns dos irmãos mais novos como alvo de arco e flecha.
O que criou uma cicatriz bem no abdômen de Percy, a flecha passou de raspão, mas a dor foi agoniante, chorou por 2 dias inteiros, enquanto o irmão ria sempre que olhava para ele.
— Eu já estou cansado de ouvir sobre os seus feitos, sobre o tempo no rio, sobre os escorpiões. O papai e muitos dos nossos serviçais ficam adoçando você e seus “grandiosos feitos” como se você fosse capaz de fazer alguma diferença para a nossa nação. — Ele olha diretamente nos olhos de Perseu que libera um sorrisinho ladino. — Por que está sorrindo?
— Eu não sabia que seu ego era tão frágil, ao ponto de ficar tão furioso apenas por eu me destacar mais. — Percy ri do irmão que se enche de ódio e avança na direção dele.
O mais novo, mais uma vez usa da sua velocidade para compensar o peso da espada, ele desvia e bloqueia alguns dos ataques em sequência de Triton, mantendo firme a sua base sem perder o equilíbrio e nem se distrair.
Quando o irmão avança para o atacar, ele gira seu corpo e acerta um chute nas pernas de Triton que cambalea e cai com tudo largando a espada. Antes de se erguer, Percy coloca o pé em seu peito e sua espada a centímetros do rosto do irmão, o imobilizando mais uma vez.
Percy usa um movimento rápido da espada, arrancando gritos de agonia e medo do irmão, ele grita girando no chão parecendo ter sentido a maior dor do mundo, a reação de Triton que tão intensa que a água que barra Quíron e os irmãos que ainda tentam atravessa-la logo é cessada pelo descontrole psicológico do irmão.
— Percy, o que você fez? — Quíron se aproxima preocupado e com medo do que pode ter acontecido com o herdeiro.
— GAHHHHH!!! SEU DESGRAÇADO!! — Triton agoniza no chão girando de um lado para o outro.
Todos olham com atenção ao redor e não veem nenhum sangue no fio da espada e nem mesmo no corpo de Triton, mas sim vários fios de cabelo azuis jogados pelo chão.
Percy sabia muito bem como atacar o irmão mais velho e como era esperado de um príncipe mimado, não poderia deixar de ser algo muito fútil e idiota. Triton possuía um amor incomum por seus cabelos, chegando a começar discussões imensas por alguém tocar nele.
Os irmãos mais novos contem os risos enquanto veem o mais velho gritando até suas cordas vocais falharem. Até mesmo Quíron que deveria se manter imparcial nos combates, se mostrava com uma grande vontade de rir da situação.
Agora me recordei porque não quis escolhe-lo como um sucessor. Ele é muito ridículo.
Leviatã comenta arrancando risadas de Percy e logo altos sons de palmas podem ser ouvidos se aproximando da arena. Dois homens se aproximam com atenção e total despreocupação dos garotos portando espadas.
Assim que os viu, Percy notou de cara do porque dessa total falta de cuidado, é como se estivesse olhando para duas Feras Mortais se aproximando, eles emanam poder e todos os sentidos de seu corpo gritam Perigo.
Todos ali com exceção de Triton se curvam perante os dois homens que parecem impressionados com o que acabaram de ver.
— Muito bem meu sobrinho. Isso foi uma luta de verdade. — Um dos homens se pronuncia rindo.
Ele aparenta ser mais velho de Quíron, cabelos grisalhos longos que se misturam a sua barba, olhos verde que emanam uma natureza fria e predatória.Ele usa uma capa negra com detalhes em azul profundo e bordas douradas. Sob a capa, um casaco azul prateado, ajustado ao corpo, com mangas largas e um colar de pérolas negras ao redor do pescoço, em seu peito, exibe o Olho do Kraken, emblema de sua ordem, um olho azul elétrico com tentáculos que se expandem como se estivessem vivos. Sua espada com uma lâmina pura de bronze celestial repousa na cintura, enquanto luvas de couro escuro e botins com cristais marinhos completam o visual.
O líder também carrega uma pluma de corvo marinho no ombro esquerdo e um bracelete de corais escuros no braço direito, que emite uma luz suave. Oceano é um comandante enigmático e imponente, cujo olhar carrega o peso das águas mais profundas.
Ele lidera uma das ordens mais obscuras e secretas do Reino, Os Caçadores das Profundezas, representados pelo olho do Kraken um grupo seleto de soldados que passaram por um dos treinamentos mais rigorosos de todo reino para se tornarem assassinos frios e mortais, nunca falham em nenhuma missão, sempre tendo certeza de voltar com a vitória.
— Pela primeira vez em muito tempo conseguirei concordar com você, irmão. Ele foi simplesmente esplêndido nesse combate. — Nereu responde olhando com atenção para o rapaz a sua frente.
Nereu, é o líder da Ordem dos Portadores do Gelo Eterno, exibe um visual imponente, com um traje formal que combina branco, prata e azul congelante. Seu manto rígido imita o gelo cristalizado e é adornado com pedras de gelo nas bordas, refletindo o poder absoluto da ordem. A capa brilhante, como o gelo, flui suavemente, enquanto no peito de Nereu, o símbolo da Ordem do Gelo é destacado: um floco de neve com uma lâmina de cristal no centro, rodeado por partículas de gelo. A coroa de gelo no topo do símbolo marca sua supremacia.
Suas luvas e botas de material gélido e resistente complementam o traje, com detalhes prateados que emitem um brilho frio. O visual transmite um equilíbrio entre elegância e a força letal do gelo, refletindo a natureza implacável de Nereu e sua liderança na ordem.
A Ordem dos Portadores do Gelo Eterno é a responsável pela coleta de informações secretas, espionagem e vigilância. São mestres em infiltração, usando sua conexão com os mares para se mover discretamente, muitas vezes sem deixar rastros. São cruciais para manter a estabilidade do império de Poseidon, sempre atentos a traições internas ou ameaças externas.
Nereu e Oceano representam os braços direito e esquerdo do Reino, sendo os únicos capazes de ir a qualquer lugar de todo seu império sem nenhum impedimento. São irmãos e sempre tiveram um ódio muito latente um pelo outro, embora nunca tenha impedido de fazerem seus trabalhos com grande excelência.
— Onde estão meus modos, eu me chamo Oceano. Sou o Comandante Supremo da ordem dos Caçadores das Profundezas. Muito prazer em conhecê-los. — Oceano se curva perante os filhos de Poseidon sendo seguido pelo irmão.
— Sou Nereu, Comandante Supremo da Ordem dos Portadores do Gelo Eterno. Fico muito feliz de finalmente poder encontrar com os descendentes de meu cunhado. — Nereu pesquisa bem cada um dos jovens ali a sua frente, mas com toda certeza o que mais o interessa é aquele parado bem a sua frente. — Você deve ser Perseu Jackson. A nova grande atração de todos por aqui.
— S-Sim, sou eu sim. Fico muito feliz em finalmente conhecê-los. — Percy se ajoelha em frente aos dois com a cabeça baixa.
— Não é necessário toda essa formalidade conosco, afinal somos família. E devo dizer, vimos o seu combate e estamos impressionados com sua habilidade. Embora estivesse em clara desvantagem se mostrou um guerreiro habilidoso e muito versátil. — Oceano se aproxima batendo no ombro de Percy e sorrindo alegremente.
— Além de que também desestabilizou psicologicamente seu oponente, o colocando totalmente fora de combate. Habilidades incríveis para um guerreiro e alguém que parece ter grande experiência em combate. — Nereu analisa mais uma vez o sobrinho que continua sem o encarar. — Bem, isso pelo menos indica que talvez ao final do mês teremos um evento realmente interessante.
— Sim, A Caçada da Lua Sangrenta esse mês temos muitos novos talentos. Embora, não possamos dizer o mesmo daquele que ira subir até o trono. — Oceano resmunga olhando para Triton.
— Já ficamos tempo demais aqui. Precisamos falar com o Rei agora. — Nereu corta o assunto e o irmão confirma.
— Sim, vamos indo. — Oceano começa a dar passos seguindo Nereu, mas olha para trás rapidamente. — Estaremos aqui até o mês que vem, então nos mostrem do que são capazes durante A Caçada da Lua Sangrenta. Nós impressionarem lá será uma ótima forma de garantir um lugar em nossas ordens.
Todos se iluminaram com a possibilidade de fazerem parte das ordens mais importantes do reino, com certeza aumentando o ânimo para o final do mês.
— Muito bem, o treino de hoje já acabou. Todos podem ir descansar. — Quíron se pronuncia dando um fim a toda aquela comoção e se aproxima de Percy. — Imagino que deve ser cansativo e assustador ser o centro das atenções. Mas, esse é o preço que uma pessoa exemplar carrega. Você foi muito bem hoje Percy, mostrou perfeitamente como se conduz um combate.
— Obrigado Quíron. — Percy olha para o professor e sorri abertamente para ele.
Quíron sempre foi uma das pessoas que mais gostou, um dos exemplos que seguia em sua vida passada, então saber que ele também fará parte de sua nova vida era bem reconfortante. Mas, com certeza a atenção que vai receber não estava fazendo parte de seus planos.
Percy fica parado em frente a janela, olhando com atenção o movimento na cidade lá embaixo, era divertido ver todos tão alegres e calmos, crianças correndo, homens e mulheres trabalhando arduamente, a sua padaria favorita ficava bem próxima ao castelo e sempre que uma nova fornada de iguarias saia do forno, o aroma chegava até seu quarto e abria seu apetite como poucas vezes acontecia.
O final do mês será outro momento importante para você.
— Hum? Como assim? Não me lembro da caçada ser um fator muito decisivo da última vez. Eu fiquei entre os últimos. — Percy se mostra curioso com o que a fera disse.
Dá última vez você não era meu escolhido e herdeiro. Após me lembrar onde esse desafio acontece, algo de especial te espera lá. Algo que vai poder ajudar você com sua jornada e tornará ela muito diferente do que foi da primeira vez.
— O que exatamente, é?
Não posso lhe dizer ainda, mas quando chegar a hora você descobrirá e dessa vez, você deve obrigatoriamente conseguir se destacar neste evento. Porque após isso, você poderá fazer os pedidos que deseja a seu pai.
— Pedidos? Eu só posso fazer um pedido a ele. Por isso tenho que pensar e decidir com cuidado.
Acredite em mim. Essa sua segunda chance não é igual a anterior, os eventos podem ser semelhantes, mas os resultados serão diferentes. Descanse e pratique muito Perseu, voltaremos a nos contactar ao final do mês.
— Tudo bem, Leviatã. Estarei lhe esperando. — Percy responde, mas Leviatã já sumiu de sua mente, seus olhos voltam a analisar a cidade e um enorme sorriso toma conta de seus lábios. — Ótimo. Vamos ver o que esse desafio está me preparando.
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