- FATAL FURY – O Rei dos Lutadores – Capítulo 01: De Volta a Southtown
- FATAL FURY – O Rei dos Lutadores – Capítulo 02: Lutando em Southtown
- FATAL FURY – O Rei dos Lutadores – Capítulo Final: O Derradeiro Confronto
10 Anos Antes – Southtown – Estados Unidos:
Em uma simples e tranquila manhã nublada que cobria uma parte do céu da cidade americana de Southtown, um carro escuro cortava os diversos veículos pela grande ponte da metrópole. Dentro dele, havia três indivíduos, dois eram homens de terno e óculos escuros que estavam nos bancos da frente e outro que estava no banco de passageiro, era um homem com um semblante sinistro.
Enquanto isso, no bairro mais simples da cidade, um garoto de 10 anos estava para sair de casa para brincar com algumas crianças no campo de beisebol.
– Tô indo pai!
Esse era Terry, um menino que antes era órfão, cujo destino o colocou diante de um homem que o adotou e que era um verdadeiro pai para ele.
– Espere Terry… – Disse o pai do menino que saía de casa apenas para ver que o menino já havia virado a esquina – Ele esqueceu seu amuleto da sorte!
Esse homem tinha cabelos marrons presos em um rabo de cavalo e usava uma túnica chinesa de cor azul. Seu nome era Jeff Bogard. Jeff tinha 43 anos e era um senhor humilde e de bom coração. Ele segurava em sua mão um boné que pertencia a seu filho.
– Ele vai voltar quando perceber que o esqueceu!
Jeff tinha sabedoria em suas palavras, pois no passado, na China, ele era aluno de um renomado mestre de artes marciais da escola secreta Hakkyokuseiken. Naquela escola, ele conheceu dois colegas que se tornaram seus bons amigos. Com o passar do tempo, Jeff foi escolhido como o sucessor e futuro mestre do Hakkyokuseiken. Mas aquele acontecimento apenas marcou um alvo em Jeff.
Enquanto esperava a volta de seu filho, Jeff viu um carro parando bem perto de sua casa e dele, um rosto conhecido.
– Geese…?
Naquele mesmo momento, após perceber a falta de seu boné favorito, e que também havia ganhado de Jeff no seu aniversário, Terry tratou de voltar para buscá-lo. E ao virar a esquina, o semblante alegre que tinha mudou para um de espanto.
– Pai…? – O menino via que seu pai estava sendo espancado por um homem – Pai!!
Com o grito de Terry, o homem chamado Geese golpeou fortemente o corpo de Jeff, que foi jogado com violência pela calçada.
– Reconheça seu lugar, irmão…!
Geese disse aquelas palavras enquanto ignorava o pequeno Terry indo até o corpo caído de seu pai.
– Pai…? Olhando para o estado em que seu pai estava, Terry em seguida olhou na direção do responsável por aquilo.
Terry em seguida ouviu seu pai tossindo e tratou de tentar ajudá-lo.
– Pai…
– T-Terry… – Com machucados no rosto, Jeff via seu filho chorando – Me desculpe…Com suas últimas forças, Jeff colocou o boné em seu filho e em seguida sucumbiu aos seus ferimentos.
– Pai… PAI!!
Aquela terrível tragédia estaria para sempre marcada no coração do pequeno garoto de 10 anos chamado Terry Bogard.
******
10 Anos Depois – Southtown:
Os motores de um avião rugia suavemente, enquanto a bordo, os demais passageiros ouviram a voz do piloto anunciando que estavam se aproximando do continente e que ia começar a aterrissar. Minutos depois, após uma tranquila aterrissagem e do desembarque, entre os passageiros, Terry Bogard estava diante de uma esteira transportadora de bagagens. Enquanto esperava sua mala, ele notou um barulho súbito e frenético: um carrinho de bagagem, fora de controle, rolava em direção a uma criança que brincava sozinha com uma boneca.
O tempo parecia desacelerar quando Terry percebeu o perigo. Sem hesitar, ele se lançou em direção à criança, atravessando o corredor com uma agilidade impressionante. Com um movimento rápido e preciso, ele alcançou a menina antes que o carrinho a atingisse. A criança, surpresa, olhou para Terry com os olhos arregalados. Ele sorriu gentilmente, tentando tranquilizar a pequena menina. Os pais dela, que antes estavam em pânico, agora sentiram alívio ao ver a filha segura nos braços do rapaz que a salvou. Terry logo recebeu um obrigado da mãe e um aperto de mão do pai da menina. Em pouco tempo, um pequeno grupo de pessoas que presenciou o ato de coragem começou a aplaudir. Terry, com seu jeito descontraído, acenou de volta para os que o elogiavam. Mas a alegria genuína no olhar da família e dos presentes foi o suficiente para mostrar que, para eles, Terry era um heroi naquele momento. Na esteira, o rapaz pegou sua única bagagem, uma bolsa de treinamento que ele segurava pela corda na altura do ombro.
…
Após ter deixado o aeroporto para trás e saído de um táxi, o rapaz caminhava pela cidade e conseguia os olhares de algumas pessoas, desde de encrenqueiros a algumas mulheres. Não era para menos, pois diferente de quando era um menino de dez anos atrás, Terry Bogard agora tinha 20 anos e era um homem atlético, de porte físico forte e alto. Ele usava uma jaqueta vermelha aberta, revelando uma camiseta branca simples por baixo. A jaqueta tinha um design despojado. O rapaz também usava calças jeans azuis ajustadas que realçaram seu físico musculoso, combinadas com um cinto marrom. Nos pés, ele calçava tênis esportivos brancos com detalhes vermelhos. Nas mãos Terry tinha luvas pretas sem dedos. E por fim usava seu boné vermelho na cabeça cobrindo seu cabelo loiro preso em um longo rabo de cavalo loiro que caia pelas costas.
– “É bom estar de volta!”
Pensando enquanto andava, a mente de Terry o lembrava de tudo que viveu em sua infância. Ao ser adotado e ter morado com Jeff, Terry e seu pai eram uma família simples e humilde. Terry se interessou por artes marciais e aprendeu o básico com seu pai e com o mestre dele. Mas aqueles dias foram tomados por causa daquele homem que ceifou a vida de Jeff, Geese.
Após andar um pouco, Terry chegou ao cemitério da cidade, e passou por alguns túmulos e logo ele notou alguém naquele lugar.
– Bem vindo de volta, Terry!
Ao ver aquela pessoa, cujo era um senhor idoso com barba branca e calvo e vestido com uma túnica de cor escura, Terry sorriu e em seguida fez uma reverência a ele.
– É bom rever o senhor, Tung-sensei!
Aquele era Tung Fu Rue. Ele é conhecido como um mestre ancião de artes marciais, e por ser o homem que criou o forte e disciplinado estilo de luta do Hakkyokuseiken.
– Já faz dez anos! – Disse Terry.
– É verdade!
Ali, o idoso e o rapaz se aproximaram do túmulo de Jeff Bogard e em silêncio prestaram uma oração de respeito a ele.
…
Alguns minutos depois de terem deixado o cemitério, Terry e Tung agora estavam em uma área da cidade no centro de South Town. Eles estavam em Chinatown – o bairro onde vivem os chineses da cidade. Criado por imigrantes chineses no século XVII, que nos dias de hoje era um lugar por ótimos restaurantes orientais e exóticos. E ali, Terry e Tung iniciavam uma conversa.
– Terry… seu pai Jeff, era um de meus alunos. Ele teve outros dois companheiros de treinamento e um deles era Geese. Eu escolhi Jeff para herdar os segredos do Hakkyokuseiken, mas Geese não aceitou isso, pois acreditava que era superior a Jeff.
Ouvindo as palavras de seu mestre, Terry comia prestando atenção.
– Após alguns anos, seu pai Jeff voltou para Southtown e adotou você. Mas infelizmente, Geese ainda queria provar ser superior, e se vingou de seu pai devido a minha escolha no passado. Terry, eu não tenho força para enfrentar Geese, e foi por isso que eu treinei você. Pois somente lutando você poderá trazer justiça ao nome de seu pai!
Com tudo que ouviu de seu mestre, Terry olhou na direção dos prédios da cidade, onde focou sua atenção no maior edifício de Southtown: a Geese Tower.
– E eu trarei, Tung-sensei. Eu juro que vou derrotar o Geese!
Com aquela promessa que disse, Terry estava com um semblante de pura determinação.
Os dois conversaram naquele restaurante mais um pouco, e Tung explicou para seu jovem aluno que Geese tinha muitos homens sob seu comando e grande influência financeira, mas havia uma única coisa que podia chamar a atenção de Geese. Ao ouvir o que seu mestre disse após sua explicação, Terry entendeu e agradeceu a Tung pelos dez anos de treinamento que teve. E em nome da honra de seu pai e pela promessa a Tung, Terry estava pronto para mostrar que havia voltado para Southtown.
– “Graças a disciplina do Hakkyokuseiken e do meu próprio estilo de luta que aprimorei em minhas lutas que tiveram contra bandidos e vagabundos, eu não vou perder para Geese!”
…
Enquanto isso em outra parte da cidade com o começo do pôr do sol, no no topo de seu enorme edifício, Geese Howard observava a vista de toda a cidade e o sol aos poucos se despedindo do dia. Ele estava usando um terno formal de três peças com uma tonalidade marrom-avermelhada, consistindo de uma calça social bem ajustada, um colete da mesma cor e um blazer elegante. Ele também usava uma camisa branca e uma gravata vermelha com um padrão sutil, que era complementado por sapatos pretos polidos. Diferente de antes, quando tinha 26 anos e tirou a vida de Jeff, Geese agora era um homem de 40 anos.
– Esta cidade é conhecida como um lugar de sombra e de luzes. Mas é minha, toda minha!
Geese apreciou aquela vista por uns segundos e depois adentrou o seu escritório na cobertura. Após se sentar em sua poltrona reclinável, ele pôde ouvir as batidas na sua porta.
– Com sua licença, Geese-sama!
Geese deu permissão e logo viu três homens entrando em seu escritório. Um deles, que foi quem havia pedido permissão para entrar, estava usando um terno igual aos outros dois, mas em sua cabeça ele usava uma bandana de cores vermelhas e brancas.
– Diga, Billy!
– Senhor, como havia pedido nós vigiamos Tung Fu Rue, e nesta manhã o vimos ao lado de um rapaz!
Ao ouvir o que Billy disse, Geese o encarou de relance.
– Verifiquem quem é esse rapaz!
– Sim senhor! Geese logo viu Billy e os dois seguranças saírem do escritório e em seguida ele olhou na direção da sacada de onde estava antes.
– “Após a morte de Jeff, Tung não moveu um dedo sequer contra mim! O que aquele velho idiota está planejando. Mas não importa! Mesmo que Tung treinei esse rapaz, ele nunca irá me vencer!”
…
Com a noite na cidade, Terry estava na residência de seu mestre, cujo local também era uma das escolas do Hakkyokuseiken. Ali mestre e aluno terminavam uma simples refeição, e Terry logo começou uma conversa com Tung.
– Tung-sensei. Posso perguntar algo ao senhor? – O rapaz viu o idoso tomando um gole de chá e assentindo para a sua pergunta. – Quando o meu pai e o meu irmão morreram, o senhor não enfrentou Geese porque?
– Hum… – Alisando sua barba, Tung demorou uns segundos para responder. – Naquela fatídica noite, eu soube do ocorrido pois antes dele ter ido enfrentar seu pai, Geese havia atacado a minha escola aqui. E eu tinha ficado para cuidar de meus alunos feridos! – Tung se levantou e caminhou até a porta aberta de sua cozinha com vista ao pátio onde tinha algumas tochas acesas e um pequeno lago de carpas. – Eu nunca imaginei que a minha escolha no passado gerasse uma tragédia como a morte de sua família. Eu sinto muito, Terry!
– Eu não o culpo e nem odeio o senhor por isso. Somente uma pessoa não merece ser perdoada, e é Geese!
Após o jantar, assim como seu mestre, Terry tratou de descansar, pois amanhã, ele daria início ao primeiro passo para a sua vingança por justiça.– Boa noite, Southtown!
*Continua!*
Uma resposta
Fatal Fury é um dos melhores Games de luta e tem uma história simplesmente incrível. Terry é um dos melhores protagonistas e essa história promete fortes emoções. Capítulo top demais, Mano David! Tamo junto.