Por Ino
Após me despedir de Sai na floricultura chego ao hospital e encontro um certo loiro com a prótese fora do lugar.
— Bom dia Naruto o que faz tão cedo aqui no hospital você não estava em missão? — Ino disse.
— Sim Ino eu fiz a missão, mas acabei quebrando minha prótese. — Queria que a Sakura-chan fizesse esse favor e consertasse para mim.
— Deixa que eu faço isso para você. — A testuda está ocupada agora.
Na verdade a Sakura ainda estava se recuperando da cirurgia feita em Sasuke. E Naruto ainda não sabia disso. Resolvi não contar a ele para que não fizesse um escândalo no hospital.
No caminho até o local que iria fazer o curativo dois enfermeiros passavam conversando sobre alguma coisa.
— Então aquele paciente morreu mesmo?
— Infelizmente sim.
— Qual era o nome dele mesmo?
— Uchiha Sasuke…
Os enfermeiros estavam um pouco distante de nós mas isso não impediu que Naruto ouvisse toda a conversa.
— Sasuke… — Naruto disse, parando de andar.
— O que foi agora Naruto?
— Eu ouvi direito. — Aqueles enfermeiros disseram que Sasuke está aqui e está morto.
— Deve ter sido engano, talvez seja outro Sasuke. — Disse tentando disfarçar.
— Não, eu sei muito bem o que ouvi. — SASUKEEEEE.
Naruto sai gritando pelos corredores do hospital desesperado. Tentei alcança-lo para impedir de gritar mais, pois estava assustando os pacientes, mas não obtive sucesso.
☆
Por Sakura
Enquanto me recupero escuto uma voz familiar gritando pelos corredores e saio para ver o que está acontecendo.
Ao chegar mais perto vejo que era mesmo aquele loiro idiota, que estava fazendo uma baderna no hospital.
POW! Acerto um leve soco na cabeleira loira.
— Ai, ai isso dói Sakura-chan.
— Naruto, pode por favor parar de gritar.
– Me desculpe Sakura-chan. — É que eu ouvi uma coisa e fiquei desesperado.
— E o que foi que voce ouviu?
— Que Sasuke estava aqui, mas logo fiquei triste ao ouvir que ele está morto. O azul de seus olhos logo começaram a se derramar em lágrimas. — Eu preciso vê-lo.
Então se até Naruto já está sabendo quer dizer que é verdade mesmo. Não pode ser, eu não posso acreditar que meu esforço foi todo em vão. Lágrimas começam a cair desesperadamente do meu rosto.
— Ei, ei um momento vocês dois. – Ino se aproxima nos interrompendo. — Sasuke não morreu, está bem.
— Estou mais calmo em saber disso. — Naruto diz.
Sinto meu coração se aliviar ao saber que Sasuke-kun não morreu.
— Vou levá-los até lá. — Ino diz.
— Ah que bom. — Naruto diz.
☆
Chegando no local percebo que ele foi levado para um dos quartos da UTI e está entubado e começo a me preocupar.
— Bom dia Sr. Uzumaki, se quiser posso fazer o curativo da sua prótese. — Uma enfermeira diz enquanto termina de trocar o soro de Sasuke. — Depois pode vim visitar seu amigo.
— Não quero. — Naruto diz.
— Naruto por favor vá, nós precisamos avaliá-lo antes.
— Mas eu não quero sair daqui. — Eu quero ficar perto do meu amigo.
— Eu prometo que assim que ele puder receber visitas eu deixo você vim aqui. — Sei que ele vai ficar muito feliz em vê-lo.
— Tá bom Sakura-chan se é você que tá pedindo então eu vou. — Naruto diz com um sorriso no rosto se retirando do quarto.
☆
— Tá bom Porca. — Pode parar de esconder. A interrogo.
— E-Esconder o que? — Eu não tô escondendo nada.
— Então me diz porque Sasuke está aqui?
— Tudo bem você venceu. — Vou te contar tudo. — Sabe aqueles exames que foi pedido após a cirurgia?
— Sim.
— Então durante um dos exames Sasuke teve uma complicação e seu cérebro parou de responder a qualquer tipo de comando, eu usei o jutsu de possessão da mente nele mas não encontrei nada. – Agora ele está em estado de coma induzido. – Ino diz com o semblante triste.
— Como isso foi acontecer?
— E tem mais. — Ino diz novamente.
— M-Mais???
— Infelizmente sim. — Quando estava realizando os exames descobri que a região da coluna não estava totalmente curada. – Foi feito um novo exame e o resultado é este aqui.
Ino me entrega um exame que mostra exatamente o que aconteceu. Na situação atual de Sasuke seria muito arriscado levá-lo a mesa de cirurgia novamente. Olho para aqueles exames já deixando as lágrimas caírem.
— Desde quando eu fiquei tão impotente a esse ponto? — Me responde Indo?
Recebo um abraço acolhedor de Ino, enquanto secava minhas lágrimas.
— Ei testuda, não fica assim. — Eu sei que você vai conseguir trazer ele de volta. — E eu estarei aqui para te ajudar no que precisar.
— Obrigada Ino.
Nos retiramos do quarto. Sasuke eu vou fazer de tudo pra te trazer de volta. Digo a mim mesma enquanto me despedia dele.
☆
Chego em casa, depois de passar três dias no hospital em recuperação e percebo como as coisas estão organizadas. Sorte a minha ter amigas que me ajudam quando eu mais preciso. Tsunade ficou sabendo de tudo que ocorreu no hospital e disse que eu poderia ficar dois dias em casa terminando de me recuperar. Ela sempre fica cuidando do hospital para mim quando estou em missão ou de folga.
Vou andando pela sala procurando algum livro para livro na minha estante para ler e ocupar o meu tempo livre. Durante a minha leitura vou recordando em tudo que tá acontecendo. O retorno de Sasuke, os pacientes do hospital e também as crianças da clinica infantil que eu nem consegui visitar essa semana. E ainda tinha que se preocupar com o meu casamento que estava cada dia mais perto.
Folheava o livro sem nem saber o que estava escrito nele. Minha cabeça estava vagando entre as páginas. Desisto e sigo em direção a cozinha para preparar algo para comer. A noite estava um pouco fria então pego alguns tomates e resolvo fazer uma sopa. Após me alimentar vou a geladeira procurar algo para beber. Encontro algumas garrafas de saquê e começo a beber na tentativa de tentar esquecer os últimos acontecimentos.
Depois de esvaziar quatro garrafas já estando muito bêbada vou para o meu quarto. A dor de cabeça causada pela bebida já começava a se manifestar. Com o rosto afundado no travesseiro deposito minhas lágrimas. O que fazer? Que decisão tomar? Não demora muito e pego no sono.
☆
— Sakura, Sakura.
Acordo ouvindo a voz de meu noivo me chamando.
— Booooooaaaa noiteeee Kurayamiiii. — Disse completamente bêbada com o rosto queimando devido a quantidade de álcool.
— Iiiic. Solto um soluço.
— Eu apareço aqui para saber como você está e encontro a casa toda aberta, algumas coisas jogadas no chão e quatro garrafas de saquê vazias. — Pode me dizer o que aconteceu? — Kurayami disse calmo.
— Paraaaa. — Porque você tá gritando comigo?
— Me desculpe amor. — Mas você sabe que eu não gosto quando você bebe.
— Eu só bebi um pouco pra relaxar.
— Um pouco? — Quero nem imaginar quando for muito. — Vamos fazer assim. — Você não vai beber saquê até que estejamos casados.
— Não quero. — Eu gosto de beber.
— Sakura olhe nos meus olhos.
O céu aquela noite estava sendo embelezado por uma lua minguante e poucas estrelas.
— Estoooou olhandooo. — Hahahahah.
— Olhe só para você, totalmente bêbada. — Ainda bem que tudo isso vai acabar logo. — Agora por favor vai tomar um banho enquanto eu termino de arrumar a bagunça lá da cozinha.
— Taaaaa Booom. — Ops quase caí. — Hahahah.
Após tomar o banho vou até a cozinha que meu noivo terminava de organizar.
— Terminei de organizar aqui amor. — Agora só falta a sala.
— Pode deixar que eu arrumo. — Digo pegando uma garrafa de saquê que estava escondida.
— Opa! Opa! — Nosso combinado não foi esse.
— Tá bom fiscal de bebida eu não vou beber hoje.
— Por via das dúvidas eu vou levar essa garrafa comigo. — O ruivo diz pegando a garrafa da minha mão.
— Estou indo a uma missão agora, que seu Hokage me pediu. — Você vai ficar bem?
— Sim eu ficarei.
— Ta bom então. Volto amanhã no almoço.
☆
— Bom dia Testuda como foi a sua folga? — Ino diz.
— Bebi, bebi e bebi mais um pouco.
— É a sua cara. — E a minha também. — solta uma risada alegre. — E o Tsuki?
— Ele apareceu lá e confiscou minha última garrafa de saquê.
— Nossa. — Muito estranho. — Mas me diz que tal a gente ir almoçar fora hoje?
— Claro que sim.
— Tá certo então. — Passo aqui mais tarde.
[No restaurante]
— O que você vai pedir? Pergunto a loira.
— Eu vou querer um churrasco.
— Então vou pedir o mesmo.
— E de bebida?
— Saquê?
— Mas você disse que o Tsuki não deixa você beber.
— Mas ele não está aqui agora. — E só molhar a garganta não vai me matar. Falo com meu copo na mão bebendo uma dose.
Katsuo voltava de sua missão e estava indo até o hospital buscar Sakura para almoçar quando viu os cabelos rosados através da janela do restaurante e se depara com aquela cena.
— SAKURA! — O ruivo entrou correndo gritando o nome de sua noiva no restaurante.
— O-oi Kurayami. — Que surpresa você por aqui. Disse paralisada.
Tsuki olhou ao redor e as pessoas estavam olhando ele e cochichando alguma coisa entre elas.
— Vamos para outro lugar. — Quero falar a sós com você. O ruivo disse baixo um pouco mais calmo.
— Não posso. — Logo preciso retornar ao hospital. — Se quiser fale aqui e agora.
— Eu te disse ontem para parar de beber.
— E eu parei de beber ontem… — Hoje já é um novo dia.
— Olha isso não tá dando certo. Vamos conversar mais tarde na sua casa.
— Ok então.
Tsuki se retirou do restaurante, Sakura e Ino terminaram o seu almoço e saíram logo em seguida. As pessoas falavam só disso na ausência dos dois.
☆
[No hospital]
— Ino onde você vai com essas asas e essa varinha? Pergunto a loira.
— Eu estou indo visitar minha estrelinha nº 1.
— Aquela menina do quarto 26?
— Sim ela mesma. — Hoje vou fazer uma surpresa para ela, quando fui vê-la outro dia ela disse que gostava da Tinker Bell.
— Hmmmm tá bom então. — Vai lá e arrasa Fadona.
[No quarto 26]
— Toc toc! Ino diz.
— Quem é? — Kaori a paciente do quarto 26 responde.
— Eu sou uma fada madrinha e estava carregando uma cesta cheia de estrelinhas mas perdi uma. — Você não viu ela por aí.
— Tá aqui tia. — Kaori diz apontando para a testa.
Kaori era uma menina de 5 anos, cabelos loiros e olhos verdes que quase sempre vinha ao hospital fazer fisioterapia porque tinha dificuldade de se equilibrar, seus ossos eram fracos. Não tinha muita coordenação motora.
— Aaah muito obrigada. — Eu precisava dessa estrelinha para fazer uma poção mágica.
— Que maneiro tia Ino. — Kaori responde alegre. — Essa poção é pa quê?
— Vou fazer uma poção pra ajudar a curar você.
— Ebaaa. — Kaori solta uma gargalhada.
— Vamos fazer o exame agora?
— Eu não gosto tia, tenho medo.
— Eu vou ficar com você o tempo todo. — Agora eu quero que pinte bem bonito esse desenho aqui para eu colocar no meu consultório.
— Tá.
— A tia vai procurar mais estrelinhas e depois volta pra te levar no exame ta bom amor.
— Tá.
Ino sai do quarto.
☆
[Na casa]
— Tá bom aqui estamos. — Pode começar a falar.
— Nossa amor porque você está tão brava assim comigo?
— Você viu o escândalo que fez no restaurante? — E a Ino me disse que também fez a mesma coisa quando eu estava internada no hospital.
— Olha amor, eu juro que não fiz por mal. — Você sabe que eu me preocupo com você. — Quero ficar ao teu lado e te proteger.
— Você fala em proteção mas as vezes eu me sinto sufocada.
— Sakura juro que serei uma pessoa melhor. — Quando nos casarmos tudo vai ser melhor. — Vou te dar uma vida feliz lá na aldeia da areiai.
— Preciso um tempo.
— O que?
— Tempo. — Eu preciso de tempo para repensar se devemos seguir adiante ou não.
— Tudo bem. — Pra ter você eu espero o tempo que for.
— Começando a partir de agora.
— Okay. — Eu estou indo. — Mas posso vim te ver quando estiver aqui?
— Não sei Kurayami. — Agora eu não sei de nada. — Por favor saia. — Eu quero ficar sozinha. Disse já dando sinais de choro.
— Tá tá, estou indo. — Se precisar de mim eu venho correndo. — Saiba que eu só quero o seu bem. — Boa noite.
Depois que o ruivo saiu comecei a chorar desesperadamente escorregando pela porta da sala ficando ali por um tempo.
Já estava noite quando me levantei e vi o livro que estava lendo mais cedo aberto em cima do sofá. Quando fui recolher para guarda-lo uma ventania forte atravessou a janela folheando-o até que parou numa parte que me chamou a atenção e parei para ler.
“Escolha alguém que irá ficar do seu lado em uma tarde fria. Que estará com você nos seus melhores e piores dias. Que aceite seus medos e suas inseguranças, e te ajude a acalma-los. Que queira ficar com você mesmo em silêncio sem falar nada, só para poder ter a sua companhia. Alguém que te dê frio na barriga e uma felicidade enorme toda vez que chegar em casa.”
Termino de ler o trecho e guardo o livro na estante.
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Uma resposta
Muito bom capítulo