Rewrite the Stars – Capítulo 2 – Razão

Esta é a parte 2 de 6 da série Rewrite the Stars



Por Sasuke

Caminhando sob um sol escaldante, fico me perguntando quanto tempo mais levará para chegar à próxima vila. Desde que sai em busca de redenção tenho conhecido lugares os quais jamais imaginei que existiam. Pequenos vilarejos ao redor do país do fogo que acredito que poucas pessoas sabiam de sua existência.

Já faz 2 anos que saí da aldeia da folha e me pergunto como deve estar o Naruto e os outros, em especial a Sakura. Me recordo da última vez que nos vimos, eu havia dito a ela que não poderia vir comigo pois essa seria a minha viagem de redenção.

Uma viagem para que eu possa ter a chance de ser perdoado por todo o mal que eu causei a todas as vilas. Cegado pelo ódio o único caminho que eu via a minha frente era uma vasta escuridão. O qual eu ficava perdido e tomava as piores decisões possíveis.

“Sakura, Arigato”. Estas foram as últimas palavras que disse a ela. Compareci brevemente na aldeia quando um tal de Toneri resolveu explodir a lua. Percebi que ainda estava cedo para retornar então apenas fiz o meu trabalho, e continuei a minha jornada.

Depois disso lhe mandei uma mensagem no casamento do Naruto. Eu fui convidado mas não compareci pois, estava numa missão importante onde descobri novos rastros da Kaguya. Quem diria que aquele idiota iria se casar um dia.

Reparei que o casamento seria realizado no mesmo dia que o aniversário da Sakura. Para não ser mal falado depois, já que não estaria presente me prontifiquei em entregar uma mensagem ao novo casal. Direcionei a minha águia para que entregasse o recado diretamente para a Sakura.

Não sou de muitas palavras, então com um único bilhete eu desejei felicitações ao casal falando não só por mim mas pela Sakura também. Com um simples recado eu a pedi em namoro. Quando retornar irei dizer de maneira mais formal é claro.

Lhe mandei algumas cartas, mas por algum motivo não obtive retorno. As cartas que eu enviava para Kakashi passando as informações eram mandadas em períodos diferentes, então ele não sabia que eu escrevia para a Sakura.

Apesar de não ter as respostas que esperava por parte dela. Eu espero que ela esteja bem e ainda esteja me esperando. Pois dentro de mais alguns dias eu estarei finalmente retornando para a aldeia já folha. 

Já é quase noite quando reparo um pequeno vilarejo, vou adentrando e percebo como as pessoas são simples. Essa região não parece ser muito frequentada. Após a Grande Guerra Ninja, muitas destas vilas caíram no esquecimento das cinco grandes nações. Toda informação que eu tirava desse povo, era repassado para o Hokage para que medidas pudessem ser tomadas.

Paro em uma barraquinha de Lamén, me lembrando de Naruto. Como será que aquele loiro idiota está?

 – Um Lamén por favor? – Peço a atendente, que anota se dirigindo para a cozinha. Procuro um lugar para sentar-me. O local lembrava muito o Ichiraku,

Não demorou muito a moça volta com o meu pedido, o mesmo não era igual ao da aldeia da folha mas também não era ruim. Comecei a saborear a minha janta e senti que estava sendo observado. Olho para trás e me deparo com um menino de aproximadamente 8 anos de idade.

– Você quer? Pergunto após observa-lo.

O teu semblante mostrava que ele não era uma criança que possuía muitas coisas. As suas roupas estavam um pouco sujas, talvez porque passou a tarde inteira brincando. Seus cabelos estavam sujos de areia e seus chinelos estavam gastos, mas mesmo assim ele não parecia se incomodar.

Ele acena com um sim com a cabeça logo peço a atendente para preparar mais uma tigela. Assim que fica pronto ele pega a tigela ele se dirige a mim novamente e agradece. Após terminar a minha janta, quando já ia me retirando do local. Me deparo com o mesmo garoto voltando com a tigela na mão, a mesma ainda se encontrava fechada e ele vinha com uma mulher um pouco mais velha ao lado. Acredito que seja sua mãe.

– Olá tudo bem? – Desculpe o incomodo que meu filho lhe causou. – Aqui está a sua comida, obrigada.

Ela estava um pouco eufórica, só tive a oportunidade de me pronunciar quando a mesma parou para falar mais algumas coisas para o garoto.

– Senhora, está tudo bem, o garoto não me pediu nada. – Eu quem lhe ofereci o jantar e para ser bem sincero estou bem feliz que ele tenha aceitado.

A mulher fez uma expressão estranha, acho que ficou envergonhada.

– Mesmo assim mil perdões. Nós somos uma família humilde e esse é o meu filho mais novo. – Tenho mais dois que estão começando a ajudar na lavoura. – Nós não temos muito o que oferecer, mas o pouco que produzimos da para se manter.

– Ontem foi aniversário desse mocinho aqui e ele pediu eu lhe comprasse uma tigela de Lamén mas este mês não tivemos bons resultados com o plantio. – Então não pude dar a ele.

Ouvi a tudo atentamente, mas precisava sair dali. Estava próximo a aldeia da areia e tinha que passar novas informações ao Kazekage.

– Oh me desculpe novamente. – É tanta coisa acontecendo que as vezes nem percebo que falo demais.

– Não. Tudo bem. Eu estou de partida mas pode falar, eu ainda tenho um tempo.

– De partida? – É um viajante?

– Sim

– Gostaria de passar a noite na nossa casa? – Eu e meu marido vamos adorar tê-lo como visita. – Não é um lugar tão bonito como essas casas chiques por aí. – Mas temos um quarto a mais. – Assim você pode descansar e partir pela manhã.

Diante da proposta que me foi feita não vi escapatória. De fato precisava descansar antes de chegar na aldeia da areia. Então aceitei o pedido e a acompanhei até sua casa. No caminho percebi os olhares que caiam sob ela. A mesma é de uma beleza exuberante, mas não me chamou tanta atenção. Então fiquei mais próximo para que ninguém se aproveitasse dela e do seu filho.

Chegando ao local percebo que é exatamente como ela descreveu, um lugar simples bem diferente do que eu estava acostumado a morar. Tinha 3 quartos, e enquanto olhava mais alguns cômodos percebi ela movendo algumas coisas de um quarto para o outro. Me sentei na sala e fiquei aguardando.

Pouco tempo depois o seu marido chegou junto com outros dois rapazes um pouco mais velhos que o garoto. Os meninos foram ajudar a mãe e ele ficou me olhando estático.

– AMOOOOR. Quem é esse emo que tá todo folgado no sofá da nossa casa?

Gritou para sua esposa que se encontrava no quarto. A mesma chegou rapidamente na sala.

– Esse é um viajante querido. – Ele está sem lugar para dormir esta noite então o convidei para dormir em nossa casa. – Quando fui a rua hoje ele me protegeu de alguns homens que me observava.

Como assim ela percebeu? Eu tentei ser o mais discreto possível.

– Se ele fez mesmo o que você tá dizendo então tenho mais é que agradecer mesmo. – Como você se chama rapaz?

– Matsui. Resolvi não dizer meu verdadeiro nome. Alguns povoados ainda sofriam por causa da guerra, tenho medo que eles tenham algum receio ao saber que eu sou um ninja, ainda mais por ser da aldeia da folha.

– Olha Matsui, por sorte eu trouxe bastante comida hoje então a gente terá um banquete hoje.

Me lembrei que já estava cheio mas tive vergonha de recusar a oferta.

– Querido esse rapaz já jantou hoje. – Ainda ofereceu um Lamén para nosso menino mais novo.

– Rapaz, você mal chegou e já está fazendo eu ter tanto orgulho de você. – Poderia ficar até amanhã no almoço? – Hoje tivemos fatura com a colheita e eu gostaria que ficasse e partilhasse conosco.

Depois que tudo se resolveu, me direcionei até o quarto que ela tinha cedido e dormi, ou pelo menos tentei. Durante a noite acordei várias vezes, via a silhueta de uma mulher pedindo socorro e não conseguia ajuda-la. Tive o mesmo sonho varias vezes e a impressão que conhecia a pessoa que pedia ajuda, mas não tinha certeza. Quando percebi o dia já estava amanhecendo.

Saio do quarto na intenção de não fazer nenhum barulho, queria ficar até o almoço mas tinha compromissos a cumprir e não podia demorar mais. Quando passo pela porta me deparo com a mãe voltando com uma cesta cheia de frutas e legumes. Disfarço a minha retirada e vou em direção a mesma, ajudando a colocar as coisas em cima da mesa.

– Isso é tudo para o almoço de hoje? – Perguntei interessado.

– Sim, sim. – Como você é nossa visita especial, fui até a vizinha pedir algumas coisas para fazer hoje.

– E seu marido onde está?

– Ele saiu cedo para a colheita. – Foi colher arroz novo para o almoço.  

Resolvi ficar na casa, na intenção de ajudá-la a fazer o almoço mas a mesma me proibiu dizendo que não precisava ajudar ao observar que eu tinha apenas um braço. Deve achar que não sou capaz de fazer tais coisas com a falta de um membro a menos. Quando me dei conta já estava bem tarde e o almoço estava quase pronto. O marido dela chegou trazendo o arroz que acabou de colher e não demorou muito a mesa já estava farta de comida.

Ver aquela comida toda me fez lembrar de Itachi e a vez que ele preparou toda a comida que tinha em casa, enquanto nossos pais estavam fora. Isso me trouxe uma certa nostalgia.

O sabor daquela comida caseira me fez lembrar a comida que minha mãe preparava, eram vagas as lembranças que eu tinha dos meus momentos em família. Mas só de saber que eu ainda consigo guardar momentos como este, mesmo depois de tudo que aconteceu eu me sinto feliz. Após o almoço me despeço da família que me entregou algumas frutas para comer durante a viagem e sigo rumo a aldeia da areia.

Assim que cheguei fui recebido pelo Kazekage que marcou uma reunião comigo para saber como seria feito a partir de agora. Eu estava com todos os pergaminhos contendo informações importantes dos lugares que descobri.

Terminada a reunião fui para a central de criptografia para que pudessem ler o conteúdo dos pergaminhos. E informei ao Kazekage que já estava pensando no retorno para a aldeia da folha. O mesmo concordou e disse que se eu precisasse de alguma coisa ele estaria a disposição.

No caminho até o meu próximo destino acabei ouvindo a conversa de algumas pessoas que passavam na rua.

“ – Você já tá sabendo da novidade?”

“– Qual?”

“ – Ouvi dizer que a maior médica do país do fogo vai se casar com um médico aqui da nossa aldeia.”

Por um momento eu parei e senti uma forte dor no peito, será que ouvi direito? A única grande médica que eu conheço é a Sakura. Não é possível, não pode ser ela.

“– Não me diga que é aquela moça simpática de cabelos rosados que sempre vem nos ajudar?”

“ – Sim essa mesma”.

“ – Ah, que felicidade em saber isso”

Felicidade? Quem está feliz? Só vocês estão felizes. Comecei a me perguntar o porquê da Sakura fazer isso. Será que fez isso porque não quis trazê-la comigo?  E porque eu não soube de nada? Por que ela não me informou? Eu precisava chegar a aldeia para saber dela as causas de ter feito isso.

Mas tudo bem, apesar de sempre perceber o quanto ela se importava comigo e nunca ter sido capaz de retribuir da mesma maneira, consigo entender a sua decisão. A minha ausência causou muito sofrimento a ela na primeira vez que parti de Konoha. E hoje eu cometo o mesmo erro novamente. É plausível a sua decisão. Mas eu ainda precisava falar com ela, precisava toca-la uma última vez, quero sentir seu cheiro, dizer que estou arrependido.

Essa redenção me fez perceber que a minha única razão na vida era ela, a única que me fez ter vontade de viver. Por mais que Sakura escolheu um caminho diferente, eu quero que ela saiba que seu esforço não foi em vão. Depois poderei seguir um novo caminho, apesar que não será a mesma coisa sem ela ao meu lado.

Chego na divisão de criptografia e após entregar os pergaminhos sigo em direção a Konoha. Quando estou próximo ao meu destino novamente escuto uma conversa mas desta vez eram de um grupo de delinquentes. Estavam num esconderijo que ficava próximo a aldeia.

Procuro ficar um pouco mais escondido em cima de uma árvore e oculto o meu chakra para que não percebam a minha presença.

“ – Que horas que o chefe volta?”

“ – Ele disse que retorna hoje a noite. – Está na vila da folha”.

“ – O que ele tanto faz lá?”

“ – Calma recruta. – Você tá querendo saber demais já. – Toma pega essa caixa e leva até esse local aqui.”

Com o Sharingan ativado observo o conteúdo da caixa. Percebo que se tratava de vidros contendo alguma espécie de veneno. O tal recruta pegou a caixa e estava levando em direção a Suna.

Ocultei meu chackra para não chamar a atenção do bando e evitar combate imediato. Precisava analisar toda a situação antes de tomar qualquer atitude.

– Quem está aí? – Responde seu infeliz, ou vou acabar com a sua raça. O recruta grita, era um ninja sensorial.

A exaustão pela viagem dominava meu corpo. Tive noites mal dormidas e na maioria deles sonhava com alguém pedindo socorro e isso me preocupava. 

– Achei voceee…

Um dos bandidos estava próximo a mim. Quando ele chegou? Como eu não percebi sua presença? Por um mínimo instante baixei a guarda e sabendo que seria impossível recuar, entrei em combate corpo a corpo com o mesmo. Apesar de estar cansado, deferi alguns golpes com minha Katana e usei o Rinnegan para conseguir engana-lo e criar vantagens a meu favor.

Acabei com o primeiro com um pouco de dificuldade, o segundo pegou a encomenda e fugiu para a aldeia da areia. Àquilo trará problemas no futuro então precisava terminar essa luta logo. O terceiro tentou me golpear pelas costas mas consegui esquivar e imobiliza-lo antes que atacasse. O quarto viu que a batalha estava perdida e ergueu as mãos para o alto num sinal de rendição.

Mantive uma certa distância para tirar informações com o Sharingan o mesmo não apresentava nenhum tipo de arma ou papel bomba em seu corpo. Ao me aproximar um pouco mais fui surpreendido com vários clones das sombras que jogaram um spray químico que fez a minha visão ficar um pouco turva e me deixou um pouco tonto. Aquilo me queimava os olhos. Fui me distanciando, tentando recobrar os sentidos quando senti uma forte pancada na cabeça.

Ouvia de longe os clones  comemorando a minha derrota, depois eles levaram os outros feridos. Quando senti que não havia mais nenhum chakra presente ali, abri um portal com o meu Rinnegan, apesar de ter levado uma surra, usei minhas últimas forças e me tele transportei até a aldeia da folha.

Passei a mão na nuca e estava sangrando, com os olhos ardendo devido ao spray e a visão bem turva, caí próximo a entrada principal e então apaguei.

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